Por
Rogério Barbosa
Quantos
não são os advogados donos de seus próprios escritórios? E mesmo
entre os que não são — trabalham por conta própria —, quantos
são aqueles que encontram dificuldades para fazer a administração
da sua certeira de clientes? Para Fábio Salomon, diretor da Salomon,
Azzi Recrutamento Jurídico, esta é uma deficiência que acompanha
muitos jovens e veteranos advogados desde a sua formação. O motivo
é simples: as universidades não preparam estes profissionais para
gerir o seu negócio. Segundo ele, a universidade deixa de abordar
questões importantes como a gestão de capital humano.
Fábio
Salomon apresentou algumas estratégias mais atuais na identificação,
atração, desenvolvimento e retenção de talentos para escritórios
de advocacia e departamentos jurídicos durante a Fenalaw 2011. Ele
comenta que os escritórios de advocacia ou departamentos jurídicos
devem investir em uma área de Recursos Humanos profissional, que
pense em pessoas em tempo integral, em infraestrutura de Tecnologia
de Informação (considerando que os novos talentos são muitos
ligados a isso) e privilegiar a placa — e não os indivíduos
sócios da empresa.
“Os
advogados nunca foram ensinados a gerir processos, pessoas e o
sistema financeiro. Muito menos como negociar, atender os clientes da
melhor forma e contratar mais pessoas”, conta. Ele afirma que, para
melhorar a gestão, o escritório pode se basear em programas e ações
bem sucedidas que outras bancas já fizeram, distribuir os benefícios
de forma consistente, mostrar que não há favoritismos, além de
desenvolver programas de treinamentos e orientação para advogados e
outros funcionários”, finaliza.
Ainda
durante a Fenalaw 2011, mas em outra mesa de debate, Nelcina
Tropardi, diretora jurídica da Unilever Brasil, também chamou
atenção para a questão. "Às vezes, as pessoas acham que um
advogado na empresa será só um advogado, mas esquecem de que ele
também é um gestor”, comentou. Ela diz que na hora do trabalho,
este profissional não deve apenas peticionar, sustentar e redigir
contratos, mas também ajustar a capacidade à demanda do trabalho e
negociar linhas de defesa com advogados externos. “Além de tudo, a
função dele é traduzir o departamento jurídico para o restante da
empresa, contribuindo para o pleno entendimento da área”,
ressalta.
Fábio
Salomon concluiu que o grande desafio das organizações neste
cenário é gerenciar seus talentos. “O investimento maior deve ser
feito em quem está dentro de casa, e não em quem a empresa deseja
que esteja”, ressalta. (http://www.conjur.com.br/2011-out-19/universidade-nao-prepara-advogado-gerir-negocio-especialista. Acessado em 26/10/2011)