sexta-feira, 2 de setembro de 2011

AULA DA SAUDADE: RECORDAR É VIVER


Hoje para os senhores trouxe comigo a companhia de alguns amigos que fizeram questão de participar desse momento tão especial que todos vocês estão vivendo. São pessoas brilhantes que onde quer que estejamos estão juntos conosco. Pedi-lhes que viessem comigo para dar-me uma força na homenagem que quero prestar aos senhores.
Em princípio, ficaram ressabiados meus amigos. Perguntaram porque eu lhes pedia companhia, se sequer eu sabia se seria homenageada. Foi um pouco difícil convencer-lhes, mas expus com franqueza minha quase convicção de que coisa muito boa aguardava-me. Afinal, por que meus “meninos” estavam insistindo tanto para que não faltasse à aula da saudade? Disse-lhes ainda que essa turma de alunos fora a primeira a comemorar com festa e bolo meu aniversário num outubro de 2008 não tão longínquo. Ora, se não esqueceram do meu aniversário mais razão tinha eu de desconfiar da aula da saudade, já que nos últimos anos nos vimos quase que diariamente por conta das aulas e da bendita monografia.
Confesso que sofri uma espécie de “bowling” dos meus amigos, pois não pouparam comentários irônicos a respeito da minha humildade, mas cheguei a dizer-lhes: não sou convencida, sou sincera! Sei o quanto de amigos conquistei. Que santa felicidade mencionar meus alunos amigos ou meus amigos alunos?
Já iria se iniciar nova discussão acerca da minha amizade com os alunos quando a voz enérgica de meu amigo Albert Einstein soou como um estrondo. Gente, “não me agrada aconselhar porque, em todos os casos, se trata de uma responsabilidade desnecessária”, mas a Glaucia tem razão, todos nós iremos prestigiar seus amigos alunos.
A empolgação foi geral. O primeiro a concordar foi Jean Paul Sartre ao reportar-se para todos dizendo: gente, “morremos no exato momento em que deixamos de ser úteis”, por isso tá dito, vamos .
Mas aí outro debate surgiu em seguida. O que eu deveria dizer? Paulo Coelho, do auge de sua sabedoria, alertou-me: diga a eles que “vivam cada momento como se fosse o último”, pois “é a possibilidade de realizarmos um sonho é o que torna a vida interessante”. Afinal, “o homem é do tamanho do seu sonho”, bradou do fundo da sala Fernando Pessoa.
Ouvindo o diálogo, logo compreendi: meus alunos amigos aqui estão impulsionados por um sonho, pois o homem se alimenta de sonhos. Mas para alcançar o sonho, como devemos agir? Outro caminho não há. Só a educação leva o homem a conquista. Sem dúvida, pensei, concordo com o fraterno amigo Immanuel Kant ao lembrar que “é no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade”.
A educação aprimora nossas relações. Aprendemos a perceber pequenos detalhes que tanto enriquecem nossas vidas. Damos importância a ciência, a economia, ao meio ambiente. Regamos nossa autoestima, lutamos para conquistar um espaço à luz do Sol, aprimoramos “no caráter, na conduta, no estilo, em todas as coisas, a simplicidade, suprema virtude” como me recorda neste instante o cordial Henry Ford.
“Seja em você a mudança que quer para o mundo”, aconselha Gandhi aos meus amigos alunos. Não esmoreçam, não desistam, leiam sempre, estudem diuturnamente, saibam que “a nova fonte de poder não é o dinheiro nas mãos de poucos, mas a informação nas mãos de muitos”, adverte John Lennon.
Admirem o tempo, tenham calma na aprendizagem, a experiência se acumula, não se perde. Cuidem da alma, do espírito. “Não precisam correr tanto, o que é seu às mãos lhe há de vir”, aconselha Machado de Assis, afinal “o segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você”, diz Mario Quintana.
Peço-lhes alunos amigos, sejam verdadeiros. “Façam pacto com a verdade, pois quando se convive muito com a mentira, ficamos propícios a desconfiar da realidade”, destaca nosso grande amigo Rui Barbosa.
Rogo a Deus que quando debruçarem sobre o processo, a verdade, a consciência social e a liberdade se façam presentes.
E, por favor, lembrem das palavras de Paulo Coelho: “Ausências causam esquecimentos...”
Muito obrigada. Felicidades a todos, alunos da turma de Direito/UEA/2011. Glaucia Ribeiro.